Funeral de poeta visionário impressiona poeta cético e supersticioso.(nota de jornal que publica diariamente a sua última edição, sua última primavera)
Silêncio noturno,
soturno do poeta.
O outono (ou inverno),
monótono, monocromo,
trás a festa imodesta,
(com orquestras, cornetas,
liláses, sopros de trombeta,
sonatas d'um maestro antiprofeta),
traz, à testa, a besta,
sons de feras, capetas
vorazes corpos de poeta:
Sonetos gritos ante o funesto!
.................,........., ......................................................!
.................,.........., ....................................................!
................................................ ...
................................................ ...
.................,.....,......,...................................................!
...................................,............. ...
................................................ ...
................................................ ...
.....................................,..........................................!
....................................,............ ...
................................................ ...
...............................................................................!
................................................ ...
................................................ ...
Silêncio soturno,
noturno, de poeta.
Abstêmio (ou interregno?),
entre epitáfio e sirene
(sóóóó, sóóóó, sóóóó...)
Assaz silêncio'inda resta...
Nos restam, flores pretas,
vivas!, louros!, -- te enfeita!,
põe gravata!, faixa preta!.
Faz silêncio! Vê se empresta,
tons de dor, de tristeza,
aos vivazes olhos pretos
que na caixa jazem, abertos.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Fazem certo em vigiar,
a vigília ainda perto
nem descansa, nem desfaz,
o poeta, os olhos quietos.
O poeta é morto, por decerto é.
O poeta é morto, por decreto é.
Silêncio noturno,
soturno do poeta,
A absconsa mal alumia,
mas no pouco lume via,
absconso, irreal, dormia,
secreto visual zumbi nos olhos mortos e vivos do poeta.
Viva! As moscas zumbindo sobre o cádaver exposto!
Viva! As moças chorando sobre os cadernos brancos!
Viva! As louças, sândalos, cobres, ternos e bancos!
Viva! As loucas delirando sob a morte, os fatos!
Terão seu prato, as moscas.
Darão seu pranto, as moças.
Levarão tanto, tantos bancos.
Serão santas, as loucas...
Eu? ...morro que só.
E depois? Verão....
O Silêncio noturno!
Soturno do poeta!
(08 de setembro de 2007)
"Que sabe a aranha a respeito de Mozart? Nada; entretanto, ouve com prazer uma sonata do mestre. O gato, que nunca leu Kant, é talvez um animal metafísico"
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário